sexta-feira, 16 de maio de 2014

CHUVEIROS AUTOMÁTICOS – SPRINKLERS – Parte 1

 

Fonte:  http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1185

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Imagem: http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/

Autor: Engenheiro Jonas Roter

Introdução

Quando se analisa um sistema de proteção contra incêndio, deve-se considerar uma série de importantes fatores, tais como:

  • Perdas econômicas;
  • Redução ou paralisação total das atividades comerciais e/ou industriais;
  • Perdas de vidas humanas;

Projetar um sistema de combate ao fogo significa, em última instância, entender os riscos de perdas a que uma edificação possa estar sujeita, sejam elas humanas ou econômicas. A partir dessa compreensão, um sistema inteligente minimizará ao máximo esses riscos.

Desde sua invenção e correta aplicação, os sprinklers (chuveiros automáticos) tem demonstrado ser o melhor equipamento disponível, e que obteve maior êxito no combate ao incêndio em edificações. Contudo, é sempre bom lembrar que um sistema de sprinklers tem como função central realizar o primeiro combate ao incêndio, na sua fase inicial, para extingui-lo ou então controlá-lo até a chegada do Corpo de Bombeiros.

Uma pesquisa realizada ao longo da década de 80 nos EUA (Solomon, 1996) apresentou os seguintes resultados:

  • 8% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por apenas 1(um) sprinkler;
  • 48% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por apenas 2(dois) sprinklers;
  • 89% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por até 15(quinze) sprinklers;

Adicionalmente, ainda nos apresenta mais duas informações interessantes:

  • Os danos materiais causados por incêndios em hotéis foram 78% menores nos hotéis que possuíam um sistema correto de sprinklers;
  • Não se tem registro de mais do que 2(duas) vítimas fatais em edificações protegidas por sistemas de sprinklers corretamente projetados e operados;

Projeto, Instalação e Manutenção

Ter um sistema de sprinklers instalado em uma edificação pode não ser uma garantia de sucesso no combate ao incêndio. Assim como em qualquer sistema de engenharia, o comprador, contratante ou gestor técnico de uma edificação deverá estar atento aos seguintes tópicos:

  • Projetos: devem ser executados por profissionais competentes e que, de fato, entendam os riscos de sua edificação;
  • Devem ser especificados sprinklers com Certificação de produto, em nosso caso, pela própria ABNT;
  • Mudanças na forma de ocupação, atividades e/ou lay-outs internos: devem ser comunicadas ao projetista e ao instalador para as devidas adaptações;
  • Cuidados na instalação e manutenção;

Os fundamentos da proteção contra incêndios das edificações com sprinklers estão baseados no princípio da descarga automática de água, com densidade suficiente para controlar ou extinguir os focos iniciais de incêndio. Quando se deseja elaborar um projeto de sistema de sprinklers que cumpra com esse objetivo é essencial que seja adotado um tipo adequado ao risco que se deseja proteger. De uma forma mais específica, o sistema de chuveiros automáticos deve ser projetado para atender às seguintes condições:

  • A distribuição dos sprinklers deve ser por toda a área protegida;
  • A área máxima por sprinkler, de acordo com o risco a proteger, não deve ser excedida;
  • A interferência à descarga de água por obstruções deve ser mínima, de acordo com as normas;
  • A escolha da localização em relação ao teto ou ao telhado deve ser bem estudada para se obter uma sensibilidade adequada para o acionamento, em função de acúmulo mais rápido de calor junto ao sprinkler;

O dimensionamento das tubulações, por tabela ou cálculo hidráulico, deve ser de acordo com a precisão requerida pelo risco a proteger, recomendada pelas normas;

A partir de um bom projeto, os responsáveis pela edificação deverão ter as seguintes preocupações na hora de instalar e manter o sistema de chuveiros automáticos:

  • Verificar a qualidade, procedência e garantias oferecidas pelo fornecedor de sprinkler;
  • Exigir a certificação do produto por órgão certificador competente (ABNT), que garante tanto a conformidade às normas ABNT NBR 6125 e 6135 como também que a empresa fornecedora tem uma estrutura produtiva e de atendimento eficaz, lembrando que, apenas um relatório de ensaios não substitui esta certificação, visto que, abrange apenas a amostra ensaiada;
  • Somente instalar os sprinklers com ferramentas específicas para a função, evitando desta forma danos ao equipamento;
  • Não pintar e nem pendurar objetos nos sprinklers;
  • Realizar periodicamente checagem visual para verificar a integridade dos sprinklers;
  • Verificar e testar os componentes do sistema (bombas, válvulas, tubulações, ...) e a pressurização do sistema como um todo;
  • Manter na edificação, em local adequado, uma pequena reserva de sprinklers para que, no momento em que a troca de uma ou mais peças forem necessárias, não haja necessidade de realizar uma busca urgente no mercado;

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