sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Matérias-Primas Sintéticas - Parte 2

Cimento Aluminoso

Fonte: http://www.abceram.org.br

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Imagem: www.atcp.com.br meuip  

Os cimentos aluminosos são ligantes hidráulicos, cujo componente principal é o aluminato de cálcio. Estes cimentos são fabricados a partir de misturas de calcários com bauxitos ou com alumina, de forma a se obter cimentos com teores de óxido de alumínio na faixa de 40% a 80%.

Estes produtos podem ser obtidos por dois processos, fusão ou sinterização:

• no processo de fusão as matérias-primas são moídas, dosadas e levadas ao forno para fusão. O material fundido é descarregado em lingoteiras e resfriado.

• no processo de sinterização as matérias-primas são secas, dosadas e moídas em moinho de bolas até uma granulometria próxima ao do cimento. Em seguida este pó é pelotizado, (Tratamento a que se submete um minério visando a aglomerar suas partículas a fim de propiciar maior facilidade em operações metalúrgicas subsequentes.) calcinado em fornos rotativos e resfriado, obtendo-se o clinquer.

O clinquer de ambos os processos é britado e moído até a granulometria desejada, obtendo-se dessa forma o cimento.

Aplicações: Os cimentos aluminosos são semelhantes aos cimentos Portland usados na construção civil, em cuja composição predomina o silicato de cálcio. No entanto, para suportar as condições a que são submetidas as construções refratárias nos processos industriais somente os cimentos aluminosos são adequados. Estes são sempre utilizados em mistura com agregados refratários para obtenção dos concretos.

 

Mulita – Zircônia

É uma matéria-prima obtida artificialmente a partir de uma mistura de alumina (Al2O3) e Zirconita (ZrO2.SiO2). Dois são os processos empregados para a sua obtenção: o de sinterização e o de fusão, sendo este o mais usual.

Aplicações: Fabricação de produtos refratários para a indústria vidreira e para a indústria siderúrgica (válvula gaveta e na produção de alguns aços especiais).

 

Espinélio

O termo espinélio é utilizado para designar uma série de minerais de estrutura cúbica e de fórmula RO.R2O3. Como exemplos podem ser citados a cromita (FeO.Cr2O3), picrocromita (MgO.Cr2O3), espinélio (MgO.Al2O3), magnésioferrita (MgO.Fe2O3), magnetita (FeO.Fe2O3), etc. Entre estes, o espinélio MgO.Al2O3 constitui-se uma excelente matéria-prima para a fabricação de materiais refratários. Para este fim, ela é obtida sintéticamente por sinterização ou por fusão. Para a fabricação, são utilizadas como fonte de óxido de alumínio a alumina calcinada e bauxito e como fonte de óxido de magnésio a magnesita natural e as magnésias cáusticas ou queimadas a morte.

No processo de sinterização a mistura das matérias-primas, na forma de tortas ou briquetes, (Massa ou tijolo composto de carvão em pó e de um aglutinante (piche, breu, alcatrão), us. como combustível.) é calcinada em temperaturas superiores a 1700 °C. Em seguida é moída e classificada granulometricamente.

No processo de fusão a mistura é fundida em fornos elétricos a arco em temperaturas superiores a 2400 °C. A massa fundida é resfriada, moída e classificada granulometricamente.

A composição teórica do espinélio MgO.Al2O3 corresponde a 28,3% de MgO e 71,7% de Al2O3. No entanto em função da aplicação são produzidos materiais enriquecidos com Al2O3 ou MgO.

Aplicações: Os espinélios mais ricos em óxido de magnésio são empregados, principalmente para a produção de refratários para fornos de cimento e aqueles mais aluminosos para materiais refratários destinados a siderurgia.

 

Sílica Ativa

Sílica ativa é um produto resultante do processo de fabricação de ferro-silício ou de silício metálico.

Para obtenção destes utilizam-se como matérias-primas o quartzo (SiO2) e fontes de carbono. No caso do ferro-silício entra também minério de ferro como fonte de ferro. Durante o processo, que é realizado em forno elétrico à temperaturas elevadas, a sílica é reduzida e o carbono liberado na forma de CO2. No entanto, durante o processo ocorrem reações intermediárias em que parte do silício é liberado na forma de gás SiO e parte do carbono em CO. Ao resfriar o SiO se oxida, transforma-se em sílica e precipita. Para evitar a poluição este material é captado através de filtros. Graças as suas características, a sílica ativa tem aplicações na produção de concretos e argamassas, tanto para a construção civil como para construções de revestimentos refratários.

Para a produção de refratários utiliza-se preferencialmente a sílica ativa proveniente do processo de produção de silício metálico.

Aplicações:

•concretos refratários convencionais

•concretos refratários de baixo teor de cimento

•concretos refratários de ultra baixo teor de cimento

•concreto de fluência livre

 

Magnésia

É uma importante matéria-prima para a indústria de refratários, sendo usada na forma de sinter e de grãos eletrofundidos. As principais fontes para obtenção destes materiais é a magnesita natural (MgCO3) e o óxido de magnésio obtido de água do mar ou salmoura pela precipitação do hidróxido de magnésio. Estas matérias-primas para serem empregadas na fabricação de refratários, necessitam sofrer um tratamento térmico em elevadas temperaturas para minimizar o problema de hidratação do óxido de magnésio e melhorar outras características.

Quando se aquece a magnesita, a aproximadamente 700 °C, ela se decompõe com desprendimento de CO2, obtendo-se a magnésia cáustica (MgO). Esta magnésia se hidrata e se carbonata facilmente. Aquecida em temperaturas mais elevadas ela apresenta uma grande contração e sua reatividade à água e ao dióxido de carbono diminuem. A partir de 1.450° e mesmo antes, formam-se pequenos cristais submicroscópicos de magnésia cristalina, denominados de periclásio. Quanto mais elevada for a temperatura, maiores serão os cristais e, como conseqüência, maior será a resistência à hidratação. A essa magnésia dá-se o nome de magnésia calcinada a morte, cujo cristal deve apresentar um diâmetro superior a 30 mm.

No caso do hidróxido de magnésio o mesmo ocorre, apenas diferindo a temperatura de decomposição.

O tratamento térmico é feito em temperaturas superiores a 1.700 °C, em fornos rotativos ou verticais, por processo de monoqueima ou de dupla queima. Este é empregado para matérias-primas mais puras, que são calcinadas primeiramente em forno de 900 °C, em seguida briquetadas em temperatura da ordem de 2.000 °C ou mais.

A produção de grãos eletrofundidos é feita em fornos elétricos a arco a partir do sinter.

Aplicações: A magnésia na forma de sinter e grãos eletrofundidos constitui-se, também, numa importante matéria-prima para obtenção de outros materiais sintéticos, como sinter e grãos eletrofundidos de espinélia, sinter e grãos eletrofundidos de magnésia-cromita e outros.

Os produtos a base de magnésia, em suas várias formas e composições, têm inúmeras aplicações e em diversos setores, tais como siderurgia, cobre, cal, cimento e vidro.

 

Mulita Sintética

A mulita é um silicato de alumínio (3Al2O3.2SiO2), correspondendo a 71,8% de Al2O3 e 28,2% de SiO2. Ela existe na natureza apenas como uma raridade mineralógica (ilha de Mull, daí o nome); sendo obtida artificialmente por fusão ou pela reação no estado sólido (sinterização):

- Por fusão são fabricados dois tipos:

• a mulita escura obtida por processo semelhante ao do óxido de alumínio eletrofundido marrom, utilizando como matérias primas o bauxito e o quartzo ou bauxito e a argila.

• a mulita branca obtida por processo semelhante ao óxido de alumínio eletrofundido branco, utilizando como matérias primas alumina calcinada e quartzo.

- Por sinterização ou reação no estado sólido podem ser obtidas matérias-primas essencialmente mulíticas a partir de diferentes misturas constituídas predominantemente de silicatos de alumínio; (argilas cauliníticas, cianita, andalusita e silimanita) e alumina calcinada. Isto porque, estes silicatos de alumínio em temperaturas elevadas formam mulita com liberação de sílica, que irá reagir com a alumina calcinada formando mulita.

Aplicações:

•fornos de redução de ferro-ligas

•fornos de fusão de cobre

•fornos de vidro

•regeneradores de indústrias siderúrgicas

•cuba e rampa de altos fornos

•confecção de moldes para microfusão

•vagonetas de fornos cerâmicos

•mobílias de fornos cerâmicos

•tubos (rolos) para fornos a rolo.

 

Óxido de Zinco

Existem alguns processos para obtenção do Óxido de Zinco, entre os quais o que é obtido através da volatilização do Zinco metálico.

O metal Zinco (99,995% mim.) provém de sucessivos processos de beneficiamento de seus minérios (Ex: esfalerita (ZnS), smithsonita (ZnCO3), calamina (2ZnO.SiO.Si2.H2O) e willenita (2ZnO.SiO3) e hidrometalurgia (ustulação, (Procedimento em que se aquece um composto numa corrente de ar ou de oxigênio, com o objetivo de decompô-lo oxidando alguns dos seus elementos. ) purificação e eletrólise).

Em síntese o processo consiste na redução do Zn metálico que ocorre a altas temperaturas através da reação com o oxigênio presente na atmosfera. Este é captado por um sistema de exaustão e purificado por filtros especiais, homogeneizado e embalado.

O óxido de zinco assim obtido pode atingir a pureza da ordem de 99,9%.

Aplicações:

• em composições de esmaltes (vidrados) e pigmentos cerâmicos

• fabricação de varistores, empregados como componentes de pára-raios.

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